Teresa autografando seu livro Teresa e Joel Rufino dos Santos caminhando na orla
Joel Rufino dos Santos

Quem foi Joel Rufino dos Santos?

Filho de pernambucanos, Joel nasceu no dia 19 de julho de 1941 em Cascadura, subúrbio carioca.


Desde criança se encantava com as histórias que a sua avó Maria lhe contava e as passagens da Bíblia que ouvia. Junto com os gibis, que lia escondido de sua mãe, esse foi o tripé da paixão literária do futuro fazedor de histórias. Seu pai também teve um papel nessa formação, presentando-o com livros que Joel guardava em um caixote.


Ainda jovem, mudou-se com a família para o bairro da Glória e pouco depois entrou para o curso de História da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira de professor, dando aula no cursinho pré-vestibular do grêmio da Faculdade.


Convidado pelo historiador Nelson Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos co-autores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira.


Com o golpe de 1964, Joel, por sua militância política, precisou sair do Brasil, asilando-se na Bolívia, depois no Chile. Com o exílio, não só interrompeu a sua vida acadêmica, como também não participou do nascimento do seu primeiro filho, que se chama Nelson em homenagem ao mestre e amigo.


Voltando ao Brasil, viveu semi-clandestino, e foi preso 3 vezes. Na última, cumpriu pena no Presídio do Hipódromo (1972-1974). As cartas, muitas, que escreveu para Nelson, foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, que recebeu, da FNLIJ, o Prêmio Orígenes Lessa - O melhor do ano (2000) para jovens leitores.


Com a aprovação da Lei da Anistia, foi re-integrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e, posteriormente, na pós-graduação da Escola de Comunicação, UFRJ. Recebeu da Universidade, os títulos de “Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “Doutor em Comunicação e Cultura”. Também lhe foi otorgada, pelo Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.


Como escritor, Joel foi plural. Escreveu inúmeros livros para crianças, jovens e adultos. Ficção e não ficção. Ensaios, artigos, participação em coletâneas. Recebeu, como autor de livros para crianças e jovens, vários prêmios, tendo sido duas vezes finalista do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil. Já como romancista, recebeu, do Pen Clube do Brasil, em 2014, o Prêmio Literário Nacional na categoria "Narrativas".


Joel foi casado com a psicóloga Teresa Garbayo dos Santos. Nelson e Juliana são os seus filhos. Eduardo, Raphael, Isabel e Victoria, os netos queridos.


Em 4 de setembro de 2015, Joel faleceu, por complicações decorrentes de uma cirurgia cardíaca.


Mas ele continua vivo no coração e na memória de todos que com ele conviveram, ou o conheceram através da leitura de seus livros, e reconhecem o valor de uma vida marcada pela luta por justiça social, pelo fim dos preconceitos e pela defesa da cultura popular brasileira.


Quer saber mais? Ele também foi:
  • Coordenador, no ISER, do programa "Quanto vale uma criança negra".
  • Diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro.
  • Presidente da Fundação Cultural Palmares (MINC).
  • Membro do Conselho de Cultura da Secretaria estadual de Cultura.
  • Superintendente de Cultura da Secretaria estadual de Cultura.
  • Subsecretário estadual de Defesa e Promoção das Populações Negras.
  • Subsecretário da Secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos.
  • Diretor de Comunicação Social do Tribunal de Justiça.
  • Diretor de Comunicação Social do Tribunal Regional do Trabalho.
  • Representante do Brasil no Comitê Científico Internacional da UNESCO para o Programa "Rota dos Escravos".
  • Consultor brasileiro do Programa Escolas Associadas, da UNESCO.
  • Membro da Comissão de Comunicação Institucional do Tribunal de Justiça.
  • Membro do Conselho Estadual de Tombamento do Rio de Janeiro.
  • Consultor Especial do Minc para o Programa Centenário da Abolição.
  • Membro do Comitê Internacional da Diáspora Negra, Washington DC.
Teresa autografando seu livro Teresa e Joel Rufino dos Santos caminhando na orla
Teresa assinando seu livro | Joel e Teresa caminhando na orla

Quem é Teresa Garbayo dos Santos?

Teresa é psicóloga, escritora, esposa de Joel e mãe de seus dois filhos: Nelson e Juliana. Escreveu e publicou 2 livros; "Conversando com casais grávidos" (Primavera Editorial, 2013) e "Já estive aí e não gostei (Editora Cambucá, 2023).

Já estive aí e não gostei (Editora Cambucá, 2023)

Que lugar é este onde não se quer estar? Um lugar de desconforto, de perdas, em que Tânatos tenta se impor e nem sempre Eros consegue reagir.


Um lugar onde o mais humano em nós - a angústia, o ciúme, a dor, o desejo, a vingança - é exposto sem máscaras. Personagens instigantes que nos desconcertam, como Dorinda que afivela uma coleira vermelha no seu desespero; Damião, tão delicado na sua tragédia; Emília, às voltas com o filho novvamente bebê; Diogo, um menino de apenas oito anos, em atendimento psicológico.


Já estive aí e não gostei, de Teresa Garbayo, reúne contos que propõem reflexões sobre a condição humana, em que o bem e o mal, às vezes, parecem indissociávveis e, por isso, atraentes e enigmáticos.

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Juliana e Teresa em lançamento duplo dos seus livros | Juliana com seu pai Joel e sua filha Vitória

Quem é Juliana Garbayo dos Santos?

Juliana é filha caçula de Joel, médica e escritora. Mãe de Vitória, a neta mais nova do seu pai. Atualmente reside em Portugal, publicou diversos contos e lançou um livro: "Coisas difíceis de ressuscitar" (Editora Caos e Letras, 2023).

Coisas difíceis de ressuscitar (Editora Caos e Letras, 2023)

"No seu livro de estreia, Juliana Garbayo ressuscita palavras, afetos, relações. Seu olhar, voltado à alma e aos sentimentos, passeia por linhas de fraturas, encontros, paixões, memórias, desencontros e desencantos.


Sim, somos feitos de paradoxos e de imperfeições, como os personagens que conhecemos aqui. São 20 histórias que passeiam em diferentes contextos sociais e culturais. Ao ler os contos, temos a sensação de algo que fala do nosso tempo."

-NINFA PARREIRAS

"Os contos desse livro são gostosos, são reflexivos, são precisos. Na medida."

-SÔNIA RODRIGUES

"Ressuscitar é para poucos, visão que supõe existir apenas uma morte para cada um de nós, uma inverdade. Juliana Garbayo, em Coisas difíceis de ressuscitar, fala de quantas vezes é necessário e possível retornar à vida."

-ALEXANDRE BRANDÃO